Quem nunca teve dúvidas com relação ao rumo que deve seguir ou qual escolha tomar? O receio natural e iminente quando precisamos definir um caminho é parte integrante do desenvolvimento humano e pode desencadear problemas quando não possuímos um devido preparo emocional para lidar com baixas expectativas e consequências frustrantes.
Neste cenário, quando estamos falando destes medos na fase da adolescência ou pré-juventude, por exemplo, as chances destes mecanismos tornarem-se bloqueadores mentais são maiores. Os bloqueios aqui citados não são necessariamente complexos ou transtornos, podem ser definidos como a simples negligência de possibilidades ou a displicência ao tratar do próprio futuro.
O fato é que nenhuma decisão vem com total garantia de sucesso, nem o resultado esperado tem 100% de precisão. Aprender a lidar com a probabilidade de erros e acertos é uma tarefa exigente, porém necessária. Saber que esta é uma missão ainda mais vulnerável em períodos de imaturidade ou de conflito existencial, é ter um olhar mais sábio e humano. Desta forma, o apoio feito por pessoas qualificadas na orientação vocacional pode ser considerado um trunfo àqueles que têm a oportunidade de contar com esse benefício.
Conceituando brevemente a expressão, orientação vocacional nada mais é do que uma metodologia usada na identificação das características e preferências de um sujeito, a fim de indicar escolhas profissionais (ou de carreira) de maneira mais assertiva, baseando-se principalmente nas aptidões e habilidades. É altamente recomendável ser aplicada por um profissional da área, especialmente da Psicologia. Isso porque o método requer conhecimento na avaliação subjetiva de perfil, bem como no manuseio de instrumentos complementares, como os testes de personalidade.
Ter convicção a respeito do quer fazer, validar a intenção profissional futura e abrir horizontes a partir das próprias competências. São alguns bons motivos para buscar uma orientação vocacional adequada. Contudo, nunca é demais ressaltar que nossas escolhas por ventura erradas ou equivocadas não nos castigam ou punem. Elas servem sim para nossa permanente aprendizagem, e vêm nos mostrar que cada ação concluída gera uma consequência, e este é um curso natural das etapas da vida. Trata-se de uma compreensão que tem mais a ver com coerência do que com destino.
Helder Aguero é psicólogo, especialista em gestão de pessoas e coach. Atualmente é psicoterapeuta na M.CO Consultórios, com abordagem em Gestalt-Terapia.