A fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica, caracterizada por dor musculoesquelética generalizada, fadiga, distúrbios do sono (sono não reparador) e distúrbios cognitivos (atenção e memória). Comumente, está relacionada com quadros depressivos. Apresenta uma alta prevalência, estando presente em cerca de 0,2 a 5% da população geral. No Brasil, a prevalência é de 2 a 2,5%. Acomete mais mulheres do que homens, com idade variando entre 25 e 65 anos.
A fibromialgia não possui uma causa definida. Estudos mostram que paciente fibromialgicos apresentam uma sensibilidade maior a dor, que ocorre devido a síndrome de sensibilização central. Essa síndrome pode ser definida como uma resposta anormal e inadequada do sistema nervoso central aos estímulos periféricos, causando uma amplificação no estímulo doloroso.
Alguns pacientes desenvolvem a fibromialgia após um gatilho, como uma dor localizada que não foi tratada corretamente, um trauma físico ou uma doença grave. Existe também uma associação entre pacientes portadores de condições crônicas, como hipertensão e diabetes, terem maior chance de desenvolver a doença que pacientes sem comorbidades.
O principal sintoma da fibromialgia é a dor difusa, mal localizada, generalizada e crônica, que envolvem regiões axiais e periféricas do corpo, de moderada a forte intensidade. A dor pode se apresentar como: queimação, pontada, peso ou dor “de cansaço”. Pode estar associada a uma sensação de inchaço e formigamento.
Alguns pacientes correlacionam o início do quadro doloroso com um evento estressante, como trauma físico ou psicológico.
Frequentemente os pacientes com fibromialgia se queixam de um sono leve e não reparador, com a sensação de acordarem mais cansados. A fadiga é uma queixa muito presente, levando a dificuldade de realizar tarefas laborais ou domésticas.
Problemas com a memória, concentração e motivação também são comuns. Isso acontece devido a dor crônica e a fadiga, que exercem um efeito de distração nas funções cognitivas.
O diagnóstico é clínico, feito através de uma boa anamnese e avaliação do paciente. Exames laboratoriais e de imagem podem ser utilizados a fim de afastar outras doenças que poderiam cursar com quadros semelhantes.
O tratamento deve incorporar medidas farmacológicas e não farmacológicas para controle do quadro.
Como as medidas não farmacológicas temos:
– educação em saúde, para que o paciente tenha consciência da sua comorbidade;
– exercícios físicos;
– terapias psicológicas.
As medidas farmacológicas incluem alguns antidepressivos, miorrelaxantes, analgesicos e neuromoduladores.
Dr. Gabriel Sandim, médico formado em 2020 pela UNIDERP e Pós-graduando em Reumatologia e Dor pelo IPEMED – Rio de Janeiro.