Chamamos de autodiagnóstico a prática de tirar conclusões sobre de uma suposta condição médica que acredita portar através de observações de sintomas próprios e pesquisa pessoal, geralmente realizada na internet.
Recentemente um estudo chamado “TikTok and Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder: A Cross-Sectional Study of Social Media Conect Quatity” analisou grande quantidade de vídeos disponíveis online sobre TDAH que apresentavam mais de 2 milhões de visualizações em média. Quase 90% deles foram publicados por pessoas sem qualquer formação na área da saúde; Mais de 50% continham informações erradas e quase 30% eram totalmente enganosos.
Dentro da Saúde Mental o problema é ainda mais grave. Os sintomas que envolvem fenômenos mentais não só são subjetivos, como também dependem da capacidade do indivíduo de exteriorizá-los – e suas resistências em fazê-lo. É a partir do conteúdo trazido – e negado – pelo paciente que o profissional irá aplicar seu conhecimento científico, decorrente de anos de aprendizado e atualizações.
Atualmente, muitos diagnósticos dentro da saúde mental são praticamente romantizados. Os riscos, porém, de um diagnóstico incorreto envolvem tratamento inadequado (ou inexistente), aumento do estigma no processo de doença mental e prolongamento do sofrimento de quem está adoecido.
Mariana C. Garcia, Médica Psiquiatra CRMMS 9714 RQE 7407, graduada em Medicina pela Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento da Região Pantaneira) e especializada pelo Programa de Residência Médica da Secretaria Municipal de São Lourenço do Sul – RS. Atua preferencialmente com atendimento psiquiátrico a crianças a partir dos 6 anos, adolescentes e adultos, além de realizar laudos para concursos públicos.